sexta-feira, 7 de junho de 2013

APRENDENDO NA ESCOLA DO DESERTO (ÊXODO 33.1-23)


A vida cristã é uma caminhada difícil que muito se assemelha ao deserto. O deserto, na verdade, é algo necessário, inevitável porém, transitório. É no deserto que somos acometidos pelo calor, mais Deus envia sua nuvem; no deserto somos envolvidos pelo frio e pela escuridão, mais a coluna de fogo nos aquece e nos ilumina; no deserto sentimos fome e sede, mais recebemos o maná de Deus que sacia a nossa fome e a água da rocha que supre a nossa sede; no deserto estamos cercados de cobras e escorpiões, mais a mão do Senhor nos ampara e nos preserva de todo mal. O deserto é indispensável para o tratamento do nosso caráter cristão. No deserto aprendemos a andar com Deus e a confiar nele. Entre o Egito (mundo) e Canaã (Céu), temos de  atravessar o deserto (lutas, tentações e provações), o deserto é um local de tratamento de caráter. O povo de Deus venceu os egípcios. Saiu da escuridão, da opressão, da morte iminente. O desafio agora era outro: o deserto.
Moisés é usado por Deus que com forte braço libertou o seu povo. A caminhada não seria fácil, porém Deus estava presente em cada centímetro dessa caminhada. No deserto que atravessamos, Deus está conosco.  Moisés aprendeu lições valiosas na sua caminhada com o povo de Israel no deserto. A ligação que Moisés tinha com Deus e a forma com que Deus tratava com Moisés é algo impressionante. Moisés buscou o Senhor com sinceridade, paixão e entrega total. Ele ansiava por Deus. 
Precisamos buscar a presença de Deus nesse deserto. Aprender com Deus como Moisés aprendeu. O deserto é uma escola onde nos ensina:
         1) Intimidade com Deus (v. 9-11): Moisés tinha uma comunhão, intimidade, enfim, uma forte ligação com Deus. Deus também tinha intimidade com Moisés ao ponto de tratá-lo com um amigo. Salmos 25.14 nos diz que a intimidade do Senhor é para com os que o temem,  e a estes Deus os fará experimentar a sua aliança.
Sem intimidade com Deus, não suportaremos os desertos da vida. Em todas as tendas de Israel, Moisés não encontrou amigos como seu Deus. Seja íntimo de Deus. Converse com Ele, admita suas fraquezas, desabafe, chore, busque seus conselhos, Ele é o amigo fiel.
        2) Dependência de Deus (v. 12- 16): Moisés tinha convicção de que não poderia seguir viagem ou tomar qualquer outra decisão importante como líder se Deus não estivesse com ele, isto é, aprovando suas decisões. Em João 15.5, Jesus, a videira verdadeira, traz um princípio que se aplica não somente à frutificação dos servos, mas às nossas realizações e qualquer decisão que formos tomar, “sem mim, nada podeis fazer”.
Moisés entendeu isso e sabia que não poderia arredar o pé daquele acampamento sem ter a certeza de que Deus era com ele. Dependa de Deus meu amado, não faça nada sem ele não aprovar.
         3) Anseio pela glória de Deus (v. 17-23): Moisés tinha intimidade com Deus, aprendeu a depender de Deus, mas o maior sonho dele era contemplar a glória de Deus, ver a Deus face à face. Porem, Deus na sua infinita misericórdia permite que Moisés o veja “pelas costas”, isto é, por traz da fenda de uma rocha, quando resplendor e o brilho da presença do Senhor se dissipavam. Creio que nesse plano terrestre e nessa natureza corrupta, não suportaríamos a glória de Deus. Mas na nova Jerusalém, veremos a Deus face a face.Eu estava meditando sobre isso e comecei a clamar: “Senhor, mostra-me a tua glória!” nem que seja pelas costas.
        O anseio pela presença de Deus e o desejo de contemplar a sua glória, deve ser o alvo de todo cristão. Aprenda na escola do deserto que Deus está contigo. O deserto é um local de aprendizagem e não um local permanente. A duração desse curso intensivo depende de cada um!    
                                                                                                                           
  Reverendo Adeir Goulart da Cruz