domingo, 29 de maio de 2011

AS TRES QUEDAS DE UM FILHO: VALORIZANDO O LAR (LUCAS 15.11-24)

      Diz um ditado que só damos valor ao que temos depois que o perdemos. E de fato é verdade. Muitas vezes não valorizamos o que Deus faz por nós e o que Ele nos dá livremente pela sua graça, às vezes não valorizamos nossa igreja em que congregamos, outras vezes não valorizamos as verdadeiras amizades, desprezando-as e fazendo alianças com verdadeiros emissários das trevas, e muitas vezes não valorizamos também nosso lar. Tecemos nossas acusações às nossas famílias, reclamamos por não ser uma família ideal, e não lhe damos o devido valor.
      O filho pródigo, de acordo com a parábola vivia muitos conflitos. Havia no seu interior um vulcão revoltoso expulsando lavas incandescentes, e expelindo muita fumaça. A fumaça da insatisfação e da revolta. Esse filho na realidade não valorizava sua família. Estava dentro de casa mas com o coração distante. No seu relacionamento com seu pai e seu outro irmão revoltado, detectamos os seguintes problemas: distanciamento, desvalorização do lar, competitividade, ciúmes, falta de comunicação, frieza com relação ao pai, e o coração preso às paixões mundanas.
      Isso fez com que esse jovem se distanciasse do pai, e conseqüentemente saísse de casa com seus pertences e com o adiantamento da sua herança já que o pai ainda não havia falecido.
      Esta família estava desfragmentada. O irmão que não saiu de casa talvez se sentiu melhor com a saída do irmão. A casa ficou incompleta.
      Esse jovem desperdiçou tudo o que tinha de valor com os prazeres da carne. Meretrizes, jogos, farras, festas e com os falsos amigos. Trocou a família por momentos de diversão que não poderiam lhe satisfazer a alma. Mas algo estava para mudar. Seu dinheiro acabou e uma grande fome abateu aquela região onde ele se hospedara.
      Agora, os amigos sumiram. Os companheiros de farra desapareceram. O som da música alegre agora deu lugar a uma voz de pranto que expressa saudades do lar e arrependimento por tão grande insensatez.
      Ele se lembra de quando tinha tudo do bom e do melhor no seu lar. Ele se lembra de quando estava protegido pelo pai. Ele se lembra que no seu criadouro de animais tinha servos ao seu dispor e agora precisa cuidar de porcos e tinha vontade de dividir a comida com os porcos, mas nem isso lhe davam. Então esse jovem resolve voltar.
      Essa história é na verdade, o relato de um jovem como muitos hoje que não valorizam o que têm, e querem sua liberdade, sem saber que estarão desperdiçando toda sua vida.
      No decurso da sua vida, esse jovem passa por três quedas que eu gostaria de mencionar nessa mensagem:
      I) ELE CAIU NO ENGANO DO PECADO (11-16)
      Meus amados, quando não valorizamos o que o Senhor faz por nós e pela nossa casa, caímos na mentira do pecado. Esse jovem achava que era dono do seu próprio nariz e não precisava mais de ninguém.
      Há muitas pessoas assim. Auto suficientes, que pensam que uma vida de libertinagem, e não liberdade é melhor do que estar na casa do Pai.
      O filho pródigo aqui representa o pecador caído, que se entregou a engano dos prazeres passageiros, e agora se vê abandonado sem alimento, sem casa, sem amigos, sem dinheiro, sem família. O pai representa o Deus gracioso que sonha dia e noite sem parar com o retorno de seus filhos à sua presença.
      O pecado nos coloca numa total miséria: espiritual, familiar e financeira. Se você está na mesma situação desse filho, volte para Deus, urgente.
      II) ELE CAIU EM SI (17-19).
      O texto é claro ao mostrar que esse jovem estava fora de si. O pecado tira nossa sensatez, nossa razão e nos faz acreditarmos que seremos bem sucedidos em nossas empreitadas pecaminosas. Grande engano. O pai não abençoa o pecado. Deus não tolera que seus filhos vivam uma vida desregrada afastada de sua graça.
      Esse jovem estava fora de si. Então ele cai em si, nesse momento. Sua percepção é despertada nesse dia e ele percebe o tamanho de sua insensatez. Lembra-se de tudo o que tinha no lar, e agora não tem mais.
      Se você está vivendo fora de si, perdeu a razão ou o discernimento, meu querido, peça ao Pai para abrir seus olhos hoje mesmo e que você se lembre de tudo o que você está perdendo hoje longe do lar, afastado da presença do pai. Ainda há tempo para cair em si. Ainda há tempo para se arrepender.
      III) ELE CAIU NOS BRAÇOS DO PAI. (20-24)
      Quando essa caricatura de ser humano surge no horizonte, totalmente maltrapilho, sujo, cheirando mal, irreconhecível, o pai já o estava aguardando. Provavelmente, todos os dias seu pai olhava pela varanda ou pelo portão de casa aguardando o retorno de seu filho.
      O pai consegue nos reconhecer mesmo quando estamos sujos, esfarrapados, e aos olhos dos homens irreconhecíveis. As pessoas provavelmente olhavam para esse jovem como um mentecapto, um mendigo, um andarilho indigno e pavoroso, mas o pai enxerga seu filho, um ser humano, alguém que precisa de restauração.
      Meu querido Deus enxerga debaixo da nossa sujeira, do nosso mal cheiro, e do nosso pecado. Ele espera que caiamos em seus braços como esse jovem caiu. Ele quer nos restaurar e nos levar de volta para o lar.
      Ele recebe seu filho não como um andarilho, ou como um tratador de porcos, mas como um príncipe:
      Troca suas vestes (depois de um banho) => Purificação;
      Coloca um anel em seu dedo (identidade Real) => Restituição da sua posição;
      Lhe presenteia com novas sandalhas (Os escravos andavam descalços) => Libertação.
     Talvez você esteja na mesma situação do filho pródigo, totalmente afastado de Deus, e você veio aqui porque não tinha nada melhor para fazer. Foi o Pai que te trouxe aqui para ouvir essa mensagem e restaurar sua aliança contigo. Talvez você não tenha abandonado seu lar, sua igreja. Mas talvez você seja um filho distante do lar como o outro jovem que não saiu de casa, mas estava distante do pai. Se você caiu em pecado, e se afastou de Deus, caia em si ainda hoje, caia nos braços do pai, e volte para o lar urgentemente, em nome de Jesus, Amém.

Reverendo Adeir Goulart da Cruz