sábado, 16 de abril de 2011

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO E SUAS IMPLICAÇÕES NA VIDA DO CRISTÃO (LUCAS 10.25-37)

      A Parábola do Bom Samaritano se tornou algo de expressão comum em nosso dia a dia. Podemos encontrar instituições filantrópicas com esse título como por exemplo “Centro de Reabilitação O Bom Samaritano”, ou “Hospital O Bom Samaritano”, ou “Albergue do Bom Samaritano”. Dizem que na própria estrada de Jericó hoje, existe a Hospedaria do Bom Samaritano, bem no meio do caminho para Jerusalém. Isso acontece porque todos sabem que essa história contada por Jesus ilustra claramente o que as pessoas devem fazer hoje, em termos comportamentais para agradar a Deus.
      O próprio Jesus ao ser questionado sobre como alcançar a Salvação, disse certa vez: “... Amaras ao Senhor Teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. “... Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (MT. 22.37,39).
      Mas qual é realmente o significado dessa parábola?
      Meus amados, os personagens principais no texto não são o sacerdote, nem o levita, nem o homem ferido, nem tampouco o dono da hospedaria. Mas ironicamente, o centro dessa parábola é, sem dúvida alguma, o Samaritano.
      Digo que é uma ironia, pois os samaritanos eram o povo mais odiado pelos Judeus, considerados ritualmente impuros, por servirem a outros Deuses (2 Reis 17.29-41), por não adorarem em Jerusalém como o costume dos Judeus (João 4.20), e por terem se misturado com outros povos pagãos. Registra-se na história que em 722 a.C. a saber o rei Salmaneser, os Assírios conquistaram o reino de Israel, que transformaram numa província do seu império. O reino de Judá aceitou submeter-se à soberania dos Assírios como estado vassalo, tendo por isso sobrevivido mais algum tempo. Restabeleceu a sua independência durante o reinado de Josias, tendo sido destruído pelos Babilónios e a sua população deportada em 586-587 a.C. Durante esse período, Parte dos Israelitas se casou com mulheres assírias e muitas mulheres em Israel se casaram com assírios, dando origem ao povo Samaritano (Wikipédia).
      Mas quando se trata de cumprir a lei de amar a Deus e ao próximo, Jesus enfatiza nessa parábola que seu povo, não consegue cumprir com essa tarefa, mas sim os estrangeiros que aderem à proposta do Evagelho transforamador de Jesus.
      A Parábola do Bom Samaritano nos traz lições que enfatizam a graça e a misericórdia de Deus que devem ser evidenciadas por atitudes na vida dos crentes. A Parábola do bom samaritano portanto nos ensina que:
      1) A CAPA DA RELIGIÃO EM SI MESMA NÃO É SUFICIENTE PARA AGRADAR A DEUS (v.31-33).
      Notem que o texto afirma que nessa história todas as classes religiosas em Israel poderiam ter ajudado esse homem que foi assaltado, espancado e deixado semi-morto.
       Primeiro passou o Sacerdote, depois um levita dois bons religiosos, que guardavam a lei, mas não sabiam o propósito dessa lei, nem tampouco conheciam o verdadeiro amor de Deus (1 João 4.8). Mas elea pensaram que estavam agradando a Deus com meros rituais.
      Há cristãos hoje que pensam que Deus está satisfeito com eles porque são dizimistas, cortam o cabelo, se depilam, cuidam da aparência, freqüentam todos os trabalhos da igreja, guardam o que eles entendem de doutrina, mas são falsas, fofoqueiras, mesquinhas, avarentas, mentirosas, fingidas e hipócritas, e não se preocupam em ajudar ninguém quando alguém necessita. Ao invés de ajudar so prejudicam e abandonam aqueles que necessitam ser tratados, carregados no colo e curados. São bons religiosos e péssimos cristãos.
       2) O AMOR DE DEUS É EVIDENCIADO EM ATITUDES E NÃO PALAVRAS (v.33-34)
      Esse samaritano segundo a história, com certeza representa as pessoas que hoje não conhecem constituição da igreja, nao conhecem manuais, ou estatutos, nem sabem direito o que é conselho, ou disciplina ou presbitério, mas externam claramente o amor de Deus.
      Nessa ilustração que Jesus conta, ele não da detalhes dobre qual poderia ser a identidade desse homem. Poderia ser qualquer pessoa independente da nacionalidade. Talvez fosse um judeu. Sendo ele judeu, os bons religiosos não o ajudaram. Mas se fosse mesmo um pagão, poderia ser que esses bons religiosos poderiam apresentar a face do Deus amoroso para esse homem. Mas eles pecaram pelo pecado de omissão (Tiago 4.17)
      O samaritano sendo alguém desprezado, se compadeceu do ferido e demonstrou amor. Há muitos crentes hoje que dizem que amam a Deus, mas só semeiam contendas, ódio, divisões, e infelizmente estão perdendo para muitas pessoas que não conhecem a Palavra de Deus mas demonstram amor e misericórdia para com os semelhantes.
      3) CUMPRIMOS COM NOSSA MISSÃO QUANDO INVESTIMOS NOSSOS RECURSOS EM ALMAS (v.34-35)
      O Samaritano surpreende porque ele não somente removeu o homem da beira do caminho como também investiu seus recursos na salvação da vida daquele homem. Eles nem se conheciam, mas ele se compadeceu, curou seus ferimentos, carregou-o em seu próprio animal, alugou um quarto num hotel da cidade até que esse moribundo melhroasse, e pagou todas as despesas o quanto fossem necessárias.
      Se queremos ver a mão de Deus agindo sobre nossas vidas, nossa igreja e sobre as pessoas não crentes, precisamos investir tempo e recursos para que Deus aja através de nossas vidas. (Ap. 3.2); (2 Samuel 19.31-33)
      Precisamos buscar o amor de Deus, viver esse amor e evidenciá-lo na vida de outras pessoas, senão nos assemelharemos aos sacerdotes fariseus e aos levitas hipócritas que somente presavam pela teoria, mas não praticavam o amor de Deus.
      Seja uma Bênção nas mãos de Deus, deixe ele te usar para abençoar vidas.

Reverendo Adeir Goulart da Cruz

O Deus que Peleja Por Nós

      O Senhor Pelejará por Vós e Vós vos Calareis (Êxodo 14.1-14)


      Viver nesse mundo conturbado sem fé é impossível. Não há como obtermos sucesso em nossas empreitadas se não tivermos fé. A questão não é apenas ter fé. Há algo mais importante que precisamos saber do que simplesmente a verdade de que é necessário ter fé. Mais importante do que ter fé é em quem nós depositamos nossa fé?
      Se é em nossas experiências pessoais, fracassaremos. Se confiamos no braço humano seremos vergonhosamente humilhados (Jeremias 17.5)
      Se depositamos nossa fé em artifícios dessa terra, não progrediremos em nossa jornada cristã.
      Ouvindo essa mensagem parece ser fácil depositarmos nossa fé no Senhor Jesus, mas quando a adversidade nos cerca de muitas maneiras, vacilamos, pois somos tomados pelo medo, pela insegurança, pela incerteza, que são próprias do ser humano e não conseguimos vislumbrar o livramento e a vitória que o Senhor nos proporciona.
      O povo de Deus, ao sair da terra do Egito, sendo guiados pela mão de Moisés, perdeu isso de vista, pois foi tomado por todos esses sentimentos. Todos no Egito viram os sinais que Deus operou por intermédio de Moisés, viram as dez pragas do Egito, e agora esse povo tão sofrido está prestes a colocar os pés fora dos limites territoriais do Egito.
      Faraó libera o povo para ir, junto com Moisés, mas depois se arrepende e vai atrás da sua mão de obra barata.
      De repente, esse povo agora liberto, fica sabendo que as tropas de faraó se aproximam para capturá-los ou matá-los. O povo se viu certado de todos os lados. Por trás vinham os carros de Faraó com seus soldados fortemente armados em busca de seus escravos; nas laterais um vale, rochas, arbustos, e espinheiros intransponíveis; na frente do povo, o mar vermelho. Humanamente falando, não havia saída. Como escapar?
      Moisés ao ouvir as queixas do povo, e perceber o desespero desses encurralados, tranqüiliza o povo dizendo: “Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor, que hoje, vos fará; porque os egípcios que hoje vedes, nunca mais tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.” (Êxodo 14.13,14).
      Moisés sabia que Deus traria a solução diante dessa tribulação. Podemos crer também que o mesmo Deus que operou milagrosamente na vida desse povo pode operar também em nossas vidas.
      Podemos ter a certeza de que o Senhor peleja e pelejará por nós. Ele peleja por nós quando:
      1) SOMOS CERCADOS DE TODOS OS LADOS SEM QUE HAJA SAÍDA (v. 9,10)
      Meus amados, quando o povo de Deus se viu cercado, não havia para onde fugir. Se Deus não abrisse o mar, o seu povo voltaria a ser escravo dos egípcios. Se Deus não operasse um milagre ali, seu povo seria derrotado e envergonhado.
      Quando não existe saída e somos cercados de todos os lados, quando não há solução para o nosso problema, Ele luta as nossas lutas e ganha nossas batalhas. Davi no Salmo 121, versículo 1 pergunta para si mesmo: “Elevo os olhos para os montes, de onde me virá o socorro?” Ele mesmo encontra a resposta.
      Meus irmãos, quando não há mais saída, o Senhor mostra que Ele é nossa púnica saída. Ele é quem peleja por nós, quando somos cercados.
      2) SOMOS TOMADOS POR UM DESESPERO QUE OFUSCA NOSSA FÉ (v. 11,12)
      Meus amados, quando somos tomados pelo desespero, nossas forças desaparecem. O povo de Deus ficou tão desesperado diante dessa perseguição que se esqueceu do que Deus já tinha operado com seu poder no Egito.
      Diante de tantos milagres que o Senhor já realizou em nossas vidas, muitas vezes nós nos desesperamos, porque há situações que nos pressionam de tal forma que até mesmo duvidamos da presença e da intervenção de Deus. Em Josué 7.7, Josué agora, sucessor de Moisés clama ao Senhor por que o povo perdeu a batalha para os Amorreus em Ai. Josué ficou desesperado e atordoado por causa da derrota.
      Quando o sentimento de desespero, preocupação e ansiedade tomam conta de nós, Deus nos manda aquietarmos e esperarmos pelo seu livramento. Meus amados, nós não podemos nos acovardar diante dos perigos da vida pois Deus peleja por nós quando nos faltam forças, e Ele demonstra que ele tem todo poder no céu e na terra para fazer o impossível e mudar nossa sorte.
      3) PARAMOS DE MURMURAR E MARCHAMOS COM FÉ (v. 13-15)
      Meus amados, um dos motivos pelo qual nossa bênção muitas vezes demora a nos alcançar é nossa murmuração e inércia diante do problema. O povo de Deus murmurou tanto que uma caminhada de apenas alguns meses durou 40 anos pelo deserto. Muitos que viveram nesse período morreram no deserto. Somente a geração de Josué e Calebe entraram na terra prometida.
      O povo aqui nesse episódio falhou porque tomados pelo desespero, pela descrença, pelo medo, reclamaram de Deus, e ficaram paralisados. Deus começou a agir quando o povo se calou e aguardou o livramento do Senhor. Quando o povo se cala Deus ordena ao povo que marche. Mas marchar para onde? Para o mar que se abriria diante dos olhos de todos. Meu amado quer que Deus lute suas batalhas, pare de reclamar e marche com fé. Paulo quando chega ao final de sua vida, ele se despede de Timóteo dizendo assim: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé” (II Tim. 4.7). Paulo marchou até o fim e não reclamou das dificuldades, mas creu que o mar se abriria para ele também. É Deus quem guerreira nossas guerras. Precisamos marchar com fé e não reclamarmos.
      Deus de fato, cumpriu com o que prometeu ao seu povo. Ele foi adiante desse povo e o tempo todo agiu de forma sobrenatural para livrar seu povo:
      - obscurecendo o caminho dos inimigos e clareando para o povo de Deus (v. 20);
      - manteve os egípcios distante do povo seu povo (v. 20);
      - trouxe alvoroço no arraial dos egípcios (v. 24);
      - emperrou as rodas dos carros de Faraó, quando estavam no meio das paredes de águas que foram abertas (v. 25);
      - fechou as águas sobre os egípcios afogando-os no mar, junto com seus cavalos (v.26-31).
      Meus amados, esse é o Deus que zela por nós. Creia tão somente em sua intervenção, e não duvide que ele é quem faz o impossível para mim e para você. Ele peleja por nós porque ele é fiel e cumpre sua Palavra.
      Creia e não duvide desse Deus tremendo que peleja por nós. Em nome de Jesus, que Deus te abençoe, amém.

Reverendo Adeir Goulart da Cruz