domingo, 14 de julho de 2013

A TRIADE DA GRAÇA – II TIMÓTEO 1.7


     Em todos os seguimentos de nossas vidas, necessitamos do auxílio do Alto. Ninguém é autônomo em sua própria existência. Somos dependentes de Deus até mesmo para respirarmos. E quando nos faltam forças, e nossos pés começam a resvalar, Deus Onipotente vem em nosso socorro.
      O apóstolo Paulo em sua segunda carta escreve ao seu jovem e amigo pastor na cidade de Éfeso, Timóteo na intenção de auxiliá-lo no ministério tendo em vista que o tempo da morte de Paulo já se aproximava como ele mesmo sentia. Os desafios eram muitos, e mesmo aprisionado, Paulo encorajava seu amigo a não desistir e não se acovardar diante das perseguições e dificuldades que surgiriam em sua vida como pastor nessa cidade extremamente pagã.
   Creio eu que os desafios enfrentados por Timóteo em Éfeso eram não somente no ministério, mas em todas as áreas da carreira humana, e Timóteo deveria enfrentá-los como hoje nós também o devemos. Porém sem o revestimento da graça de Deus, não poderemos vencer nenhum desafio, seja ele espiritual, ministerial ou material. Para isso é importante destacarmos que não devemos recuar diante dos problemas. Deus não nos deu espírito de covardia. É evidente que muitos hoje se acovardam seja em face as perseguições ou em face ao desânimo. Essa palavra encorajadora vem de encontro às necessidades pastorais de hoje, e eu como pastor as possuo de forma acentuada, mas também à todo cristão que não pode se acovardar mediante os desafios diversos.
      Deus reveste o crente de uma graça insondável que se divide em vários braços. E o Pastor Timóteo foi alvo dessa graça maravilhosa, o que lhe proporcionou êxito em sua  jornada. Hoje nós também devemos nos despir de toda covardia, medo, inércia ou retrocesso, e nos revestirmos da graça maravilhosa de Deus que é aplicada segundo o texto que lemos de forma tríplice:
     1) PODER – Capacitação do alto. Esse poder com toda certeza não é o poder do braço humano, mas o poder que vem de Deus. Deus quer nos revestir de poder e autoridade, aos ministros para suportarem o jugo do ministério, à igreja para resistir às provações. Com certeza, aqueles que se acovardam perdem suas forças. Deus nos conclama a nos revestirmos do seu Poder e da sua Força (Efésios 6.10). Revista-se do poder do Onipotente, não se acovarde. Enfrente seus desafios de frente, com coragem e creia no poder de Deus.
     2) AMOR – O amor dá equilíbrio ao poder. Toda autoridade exercida sem piedade, sem amor, sem humildade se torna tirania. O que Paulo apresentava a Timóteo era que o amor é o vínculo da perfeição (Colossenses 3.14). Sem amor, fracassamos em nossa missão (1 Coríntios 13), mas Deus deseja nos revestir desse amor que se torna a rota para uma vida perfeita e aceitável aos olhos de Deus. É o amor a Deus e às pessoas que contrabalanceia nosso orgulho. Quem se acovarda, não sente amor, mas sim, medo. Paulo recomendava a Timóteo que exercesse seu ministério não com covardia mas com poder e amor e assim ele seria bem sucedido na igreja que pastoreava. Isso implica, que poder e amor não podem ser desvinculados um do outro. O amor de Deus precisa estar presente em todas as nuances de nossa existência.
     3) MODERAÇÃO – A moderação nos dá idéia de equilíbrio, sobriedade, saúde mental, sabedoria na condução de algo. Paulo dizia a Timóteo: “Meu amigo e irmão, seja equilibrado em suas decisões, em seu comportamento, em seu falar.” Que todos o conheçam como um crente moderado (Filipenses 4.5). Precisamos buscar do alto o equilibrio seja no ministério, ou seja no dia a dia. Poder sem amor e sem moderação se torna ditadura, e talvez a pior de todas. A ditadura espiritual. Ela é refletida de forma muito negativa, quando somos dominados pela falta de amor e pela arrogância e falta de equilíbrio como crentes, o que ocasiona a perda do poder de Deus.
     Que Deus afaste de nós toda covardia que muitas vezes norteia e direciona nossas atitudes, mas que possamos ser impactados pelo Poder de Deus, que opera em nós (Efésios 3.20), que o amor de Deus que é a estrada da perfeição possa anular o nosso ego humano, e em nome de Jesus, que sejamos moderados, equilibrados, sóbrios, conscientes de que estamos agindo na direção do Espírito de Deus.

Reverendo Adeir Goulart da Cruz

domingo, 7 de julho de 2013

TRÊS DESCUIDOS FATAIS (2 CRÔNICAS 26.1-23)


O que determina se somos fracassados ou mais que vencedores? Com certeza não são nossas conquistas pessoais, nossas façanhas, nossos empreendimentos bem sucedidos, enfim nosso bem-estar pessoal aqui nessa terra, e sim nosso coração depositado aos pés do Senhor, nossa submissão a Ele e sobretudo atitude de obediência.
Judá enfrentava nos tempos do rei Uzias um período de tensão devido as constantes invasões, e as constantes transições monárquicas prejudicavam a consolidação do reino. Após a morte de Amazias, Uzias, seu filho ocupa o trono em seu lugar e reina num período próspero de 52 anos em Jerusalém.
As façanhas e as invenções de Uzias trouxeram 52 anos de paz, segurança e prosperidade à nação. Edificou a Elate (rota marítima) de Salomão e Josafá; Derrotou os filisteus ao quebrar seus muros (Gate); Edificou cidades no território de Asdode e entre os Filisteus; Venceu os Arábios; Ficou famoso pelas suas realizações ao ponto de receber presentes; Edificou torres em Jerusalém, e as fortificou; Edificou torres no deserto; Cavou cisternas; Fortaleceu a agricultura e a pecuária; Fortaleceu o exército construindo novas armas e máquinas a frente de seu tempo;  Enfim, foi um ótimo administrador e estrategista. Porém cometeu três falhas fatais em seu governo, que alavancaram seu fracasso e sua morte.
Uzias descuidou-se da vida espiritual da nação. Ele permitia que o povo queimasse incenso a outros deuses e não removeu o paganismo religioso em Judá.  (2 Reis 15.4) Foi fraco no que tange a vida espiritual da nação. Quando nos esquecemos o principal estamos fadados ao fracasso, inevitavelmente, se não mudarmos. O principal é estarmos prostrados aos pés do Senhor. O fracasso de Uzias se deu quando esse se descuida da vida espiritual da nação, embora não se esquecesse de outras áreas, porém, a principal não pode ser menosprezada. Quais os erros fatais que não podemos cometer como servos de Deus?
          1)  ORGULHO (CORAÇÃO EXALTADO) – (16). Em momento algum encontramos Uzias cultuando a Deus como forma de gratidão por suas conquistas. Mas devido a suas façanhas se tornou mui forte e poderoso e muito orgulhoso, e começou a pecar contra o Senhor. Não podemos nos orgulhar nem do que somos nem do que temos. Pois se conquistamos algo devemos atribuí-lo ao Senhor e não a nós mesmos.
 2) FAZER O QUE NÃO COMPETE A NÓS (USURPAÇÃO) – (16-18). Devido ao seu coração exaltado e tomado pelo orgulho, Uzias se esqueceu de que não lhe competia administrar as coisas sagradas do santuário, e sim aos sacerdotes, da linhagem de Arão. Isso implica que devemos respeitar nossos limites e não tocar nas coisas sagradas indevidamente, com mãos sujas e principalmente fazer algo que o Senhor não nos ordenou. Uzias achou que poderia ocupar esse ofício já que ele se dava bem em todas as coisas até aí. Ele desprezou a liderança espiritual da nação, sendo que deveria baixar decretos para purificar a nação da idolatria e não o fez.
 3) NÃO ACEITAR A REPREENSÃO (REBELDIA) – (19). Uzias teve a chance naquele momento de se arrepender e pedir perdão, o que não fez, preferindo arcar com os prejuízos de sua rebeldia. Ele se indignou, brigou, relutou contra a repreensão dos sacerdotes, tentando persuadi-los a deixá-lo queimar incenso no santuário, provavelmente afirmando que quem mandava ali era ele, ele era o rei e ele tinha autoridade. De fato como diz as Escrituras, Deus resiste aos soberbos, mas da graça aos humildes. Mas penso que os soberbos em sua rebeldia e quem estão mais resistindo a Deus e Deus por sua vez se opõe a eles. Uzias foi cortado do trono ainda jovem. Poderia ter reinado ainda mais. Mas escolheu o caminho da rebeldia e se tornou leproso, dando o trono para Jotão, seu filho. A morte de uzias chega a causar intensa preocupação aos moradores de Judá nos tempos do Profeta Isaías (Isaías 6.) Mas Deus é quem estava governando com controle absoluto e não o rei Uzias.
Nossas conquistas pessoais não são necessariamente prova de uma vida aprovada por Deus. Podemos realizar muitas façanhas como o fez o rei Uzias mas se o coração estiver afastado do altar do Senhor, e se formos tomados de orgulho, tudo pode vir a desmoronar, e nossa lepra espiritual pode ser exposta. Que em nome de Jesus possamos sempre colocar O Senhor em primeiro lugar em nossas vidas e assim termos uma vida bem sucedida, longa e dentro dos propósitos do Altissimo.


Reverendo Adeir Goulart da Cruz