Em todos os seguimentos de
nossas vidas, necessitamos do auxílio do Alto. Ninguém é autônomo em sua
própria existência. Somos dependentes de Deus até mesmo para respirarmos. E quando
nos faltam forças, e nossos pés começam a resvalar, Deus Onipotente vem em
nosso socorro.
O apóstolo Paulo em sua
segunda carta escreve ao seu jovem e amigo pastor na cidade de Éfeso, Timóteo
na intenção de auxiliá-lo no ministério tendo em vista que o tempo da morte de
Paulo já se aproximava como ele mesmo sentia. Os desafios eram muitos, e mesmo
aprisionado, Paulo encorajava seu amigo a não desistir e não se acovardar
diante das perseguições e dificuldades que surgiriam em sua vida como pastor
nessa cidade extremamente pagã.
Creio eu que os desafios
enfrentados por Timóteo em Éfeso eram não somente no ministério, mas em todas
as áreas da carreira humana, e Timóteo deveria enfrentá-los como hoje nós
também o devemos. Porém sem o revestimento da
graça de Deus, não poderemos vencer nenhum desafio, seja ele espiritual,
ministerial ou material. Para isso é importante destacarmos que não devemos
recuar diante dos problemas. Deus não nos deu espírito de covardia. É evidente
que muitos hoje se acovardam seja em face as perseguições ou em face ao
desânimo. Essa palavra encorajadora vem de encontro às necessidades pastorais
de hoje, e eu como pastor as possuo de forma acentuada, mas também à todo
cristão que não pode se acovardar mediante os desafios diversos.
Deus reveste o crente de uma
graça insondável que se divide em vários braços. E o Pastor Timóteo foi alvo
dessa graça maravilhosa, o que lhe proporcionou êxito em sua jornada. Hoje nós também devemos nos despir
de toda covardia, medo, inércia ou retrocesso, e nos revestirmos da graça
maravilhosa de Deus que é aplicada segundo o texto que lemos de forma tríplice:
1) PODER – Capacitação do
alto. Esse poder com toda certeza não é o poder do braço humano, mas o poder
que vem de Deus. Deus quer nos revestir de poder e autoridade, aos ministros
para suportarem o jugo do ministério, à igreja para resistir às provações. Com certeza,
aqueles que se acovardam perdem suas forças. Deus nos conclama a nos
revestirmos do seu Poder e da sua Força (Efésios 6.10). Revista-se do poder do
Onipotente, não se acovarde. Enfrente seus desafios de frente, com coragem e
creia no poder de Deus.
2) AMOR – O amor dá
equilíbrio ao poder. Toda autoridade exercida sem piedade, sem amor, sem
humildade se torna tirania. O que Paulo apresentava a Timóteo era que o amor é
o vínculo da perfeição (Colossenses 3.14). Sem amor, fracassamos em nossa
missão (1 Coríntios 13), mas Deus deseja nos revestir desse amor que se torna a
rota para uma vida perfeita e aceitável aos olhos de Deus. É o amor a Deus e às
pessoas que contrabalanceia nosso orgulho. Quem se acovarda, não sente amor,
mas sim, medo. Paulo recomendava a Timóteo que exercesse seu ministério não com
covardia mas com poder e amor e assim ele seria bem sucedido na igreja que
pastoreava. Isso implica, que poder e amor não podem ser desvinculados um do
outro. O amor de Deus precisa estar presente em todas as nuances de nossa
existência.
3) MODERAÇÃO – A moderação
nos dá idéia de equilíbrio, sobriedade, saúde mental, sabedoria na condução de
algo. Paulo dizia a Timóteo: “Meu amigo e irmão, seja equilibrado em suas decisões,
em seu comportamento, em seu falar.” Que todos o conheçam como um crente
moderado (Filipenses 4.5). Precisamos buscar do alto o
equilibrio seja no ministério, ou seja no dia a dia. Poder sem amor e sem
moderação se torna ditadura, e talvez a pior de todas. A ditadura espiritual. Ela
é refletida de forma muito negativa, quando somos dominados pela falta de amor
e pela arrogância e falta de equilíbrio como crentes, o que ocasiona a perda do
poder de Deus.
Que Deus afaste de nós toda
covardia que muitas vezes norteia e direciona nossas atitudes, mas que possamos
ser impactados pelo Poder de Deus, que opera em nós (Efésios 3.20), que o amor
de Deus que é a estrada da perfeição possa anular o nosso ego humano, e em nome
de Jesus, que sejamos moderados, equilibrados, sóbrios, conscientes de que
estamos agindo na direção do Espírito de Deus.