terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CONHECENDO QUEM NÓS ADORAMOS (ATOS 17.16-34)


    O Darwinismo já completou mais de 200 anos em todo o planeta. Charles Darwin é conhecido por ter elaborado a mais controversa teoria, que revolucionou a ciência e a religião: A Tese do Evolucionismo, através da seleção natural das espécies. Essa teoria tem , causado muitos estragos sobretudo na mente das crianças, que infelizmente são educadas pela maioria dos pedagogos, desde pequenas aprendendo que Deus não existe e que portanto nao criou nada.  
    Darwin, quando ainda moço, foi aconselhado pelo pai a cursar um curso teológico numa escola na Inglaterra. Mas depois de alguns anos abandona redicalmente o curso e o protestantismo e se ocupa da pesquisa científica. Em muitas de suas viagens biológicas coletou informações suficientes para formular a mais famosa tese científica: a tese do evolucionismo. 
    Essa tese afronta as Escrituras porque ofende a Deus ao colocar a existência do mundo bem como a evolução das espécies como um mero acidente, uma eventualidade produzida pela seleção natural. Ele afirma em sua teoria que não foi Deus quem criou o mundo, mas tudo veio a existir do acaso natural. Retrocedendo a alguns bilhões de anos atraz, os cientistas resolvem fundir a teoria da evolução, ao big ben.
Infelizmente as instituições de ensino "laicas" e não cristãs estão hoje ridicularizando o criacionismo. Notem que a maioria das teorias evolucionistas nunca foram realmente provadas, não no campo da religião, mas no próprio campo da ciência. Muitos de seus testes foram imprecisos, negativos, ou contraditórios, como é o caso do teste do carbono 14. Vejo que é necessário muito mais fé para acreditar nessas teorias do que acreditar nas Escrituras Sagradas. A Bíblia se prova por ela mesma e para que os céticos e incrédulos não tenham dúvidas, basta recorrer à pesquisa científica para constatarem que a Bíblia tem sido comprovada pela ciência. No entanto essas provas são necessárias apenas para os admiradores das teorias de Darwin, e não para nós os que cremos.
    O texto que foi proposto para nossa meditação traz na verdade o outro lado da moeda. Se existe também o extremo do racionalismo evolucionista, que agride a pessoa e os atributos de Deus, existe também o extremo do paganismo que adora tudo o que vê pela frente. O politeísmo. O homem é um ser religioso como ensinou Calvino, ao afirmar que no seu interior reside o Sensus Religiones, ou o Sensus Divinitatis. É a consciência inconsciente de que dependemos de alguém superior, e devemos nos empenharmos para o encontrarmos e o cultuarmos. Até os ateus mais convictos possuem essa marca. Até nas tribos mais remotas e não catequizadas, os tribais escolhem seus Deuses e o adoram, como tal, como por exemplo: a água, o sol, alguns animais, e outras figuras que são frutos das invencionices dos homens.
    O texto que lemos não trata de Ateus, porém de homens excessivamente religiosos. O texto não aponta aqui pessoas incultas, mas homens letrados, doutores, profundos conhecedores da cultura Helenista, homens extremamente racionais, que buscavam o transcendente, o sobrenatural, o metafísico. Esses homens com quem Paulo se depara na Grécia, adoravam tudo o que viam pela frente e que pudesse lhes oferecer algum tipo de cultura, de sabedoria ou explicação racional. Eram portanto, homens sábios, filósofos, epicureus de uma inteligência privilegiada, pessoas cultas que criam em muitas divindades.
    A idolatria nessa cidade era tão intensa que o Espírito Santo conduz Paulo até o areópago e lá ele se depara com toda sorte de estatuetas que representavam os Deuses do Olimpo, e talvez muitos outros. Com certeza, enquanto Paulo percorria os corredores da sabedoria ateniense dentro desse areópago, se deparava com as estátuas de Afrodite, Zeus, Hermoes, Hércules, e talvez até mesmo Sócrates, Platão, e outros grandes nomes. Acredito que Paulo não se assustou com todas essas figuras, porém algo lhe chama atenção. Um palanque, talvez um suporte, um receptáculo em certa altura desse areópago estava vazio.         Tudo nos leva a crer que todos os suportes preenchidos com suas estatuetas tinham o nome de cada figura. Mas esse último não. Havia uma epígrafe que dizia: "Ao deus desconhecido". O Politeísmo era tao exacerbado que eles dedicaram esse altar a um deus que eles ainda não tinham tido a oportunidade de conhecer. Isso implica que eles estavam adorando o que eles nao conheciam.
    O que eu gostaria de propor-lhes nesse meu discurso, é justamente o que ja foi mencionado até agora: a necessidade de conhecermos o Deus a quem nós servimos e adoramos. Não adianta oferecermos a Deus nossos rituais, se não o conhecermos. Nos tornaremos tais como os Atenienses. Os Agnósticos admitem que Deus existe mas não pode ser conhecido. Porém, eu vos afirmo, que Deus existe e deseja ser buscado, conhecido e adorado. Deus se preocupa com a humanidade, por isso ele quer ser conhecido.
    Eu lhes faço essa pergunta, amado leitor: Deus pode ser realmente conhecido? Oséias 6.3 nos assegura que sim: "corramos e prossigamos em CONHECER ao Senhor". Mas como eu posso me aproximar desse Deus tão tremendo e terrível, conhecido por muitos, mas uma incógnita para outros. Deus quer ser conhecido por todos os seus filhos. As Escrituras  Sagradas nos asseguram que:
    1) DEUS PODE SER CONHECIDO PELA CRIAÇÃO (Salmo 19.1)
    "Os céus proclamam as obras de Deus e o firmamento anunciam as obras de suas mãos".
    A grande insensatez do evolucionismo é atribuir toda a criação ao acaso; a grande insensatez dos gregos aqui no texto era atribuir a criação aos deuses do Olimpo; a grande insensatez do ateísmo evolucionista é creditar a criação ao acaso, a um acidente de percurso, a uma existência progressiva não programada que se seleciona por si mesma. Os primeiros capítulos do livro de Gênesis nos garante que foi Deus quem criou o universo em seis dias e no sétimo descansou. E tudo o que criou, Ele o formou de forma coordenada, inteligente, cuidadosa, para louvor de sua própria glória. Veja:
     "Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas" (Rm 1:19-20).
    Deus se revela em sua criação. Quando olhamos para todo o cosmos por ele criado, chegamos a inevitável conclusão de que isso tudo a nossa volta não pode ser fruto de uma catástrofe natural, mas sim obra de Alguém inteligente, poderoso, e tremendo. O transcendente então se funde ao imanente, e conhecemos a Deus muito mais de perto.
    Calvino pregava que o Sensus Divinitatis podia ser satisfeito na medida em que conhecemos a Deus. Isso implica que embora eu adore a Deus, preciso crer que Ele formou todas as coisas, e me aproximar confiadamente ao seu trono (Hebreus 4.16)

    2) DEUS PODE SER CONHECIDO PELA SUA PALAVRA (2 Timóteo 3.16)
    "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a educação na justiça, (...)".
    Deus se revela nas Escrituras inspiradas por Ele mesmo. Ele pode ser conhecido pela sua própria Palavra revelada. Deus instrui, alimenta, e se revela ao cristão por intermédio de sua própria Palavra. Preciso buscar mais a Deus na sua Palavra, para conhecê-lo mais e mais. Não adianta adorarmos o que não conhecemos. Deus formou todas as coisas por intermédio de sua própria Palavra. Deus formulou seus eternos decretos por intermédio de sua Palavra. Através de seus eternos decretos podemos conhecê-lo. Veja o que preceitua a Confissão de Fé de Westminster sobre a revelação de Deus aos homens em sua Palavra: 
    "Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência manifestam de tal modo a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, todavia não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade, necessário à salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda". (Confissão de Fé de Westminster, 1:1).

    3) DEUS PODE SER CONHECIDO NA PESSOA DE CRISTO JESUS, SEU FILHO (João 14.8,9)
    "Replicou-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Felipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o meu Pai; como dizes tu, mostra-nos o pai?" 
    Deus se revela na pessoa de Seu filho, Jesus Cristo. João 1.14 nos afirma que Jesus o Verbo, pré-existente com o Pai na eternidade, deixou sua glória para encarnar como figura humana, mas os homens viram sua glória, glória como do Unigênito do Pai. Deus se torna conhecido através de Jesus Cristo. Quem conhece a Jesus, conhece o Pai, uma vez que Ele é a ponte para chegarmos ao Pai (João 14.6). Não há como conhecermos a Deus se não crermos em seu filho e o conhecermos como Senhor e Salvador. Se Jesus é o caminho, Maria seria para muitos o atalho? Na verdade não cremos assim. Deus pode ser conhecido pela natureza, pelas Escrituras mas também somente pelo seu Filho Jesus Cristo e por nenhum outro caminho. 
    O embuste do evolucionismo de do ateísmo são grandes contradições que fogem à lógica, uma vez que para se crer em fábulas e explosões e de metamorfoses é necessário como disse no início, uma fé imensa.
Mas que hoje você possa ser um combatente dessas falácias, um servo fiel a Deus que o conhece profundamente. Conheça a quem você serve e adora. Deus quer se revelar à você e compartilhar seus segredos. Busque conhecê-lo por todos os meios que ele nos concedeu: pela criação, pela Palavra, e pelo seu Filho Jesus. Em nome de Jesus. 
Reverendo Adeir Goulart da Cruz