Meus amados, Deus é Deus de amor, de graça e de misericórdia. Isso massageia nosso ego, pois sabemos que incondicionalmente, Ele nos ama. Isso nos traz uma segurança tal, que descansamos sabendo que nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8).
Também nos gabamos ao afirmar com tanta fé que se nós morremos com ele, com ele viveremos; se perseverarmos, com ele reinaremos, se o negarmos, ele também nos negará; mas se permanecermos infiéis, ele permanece fiel pois não pode negar-se a si mesmo. (2 Timóteo 2.11-13). Isso nos traz um certo conforto. Mas o desfecho desse pequeno versículo não deve ser interpretado como uma impunidade àquele que é infiel para com Deus. Mesmo se formos infiéis para com Deus, ele permanece fiel à si mesmo, à sua palavra empenhada, e isso significa que estamos debaixo da mão corretiva de Deus e assim se fará a nós quando necessitarmos de correção. O senhor não deixa de ser fiel, pois ele é fiel à sua Palavra, e isso inclui o juízo.
O texto proposto para nossa meditação traduz o caráter fiel de Deus no tocante ao cumprimento da sua palavra sobre a vida do seu povo, mas também dos ímpios. Lembrando que a fidelidade de Deus inclui o juízo (v.5), àqueles que não andam segundo os seus santos preceitos.
O povo de Jerusalém seria alvo da fidelidade de Deus no tocante ao cumprimento dos seus juízos sobre os rebeldes.
Os moradores de Jerusalém chegaram a tal ponto, que a soberba lhes encheu o coração, a violência lhe perverteu os valores, e mesmo diante dos atos de justiça de Deus, não se submeteram ao poder de Deus.
Antes de prosseguir, gostaria de fazer algumas considerações sobre o problema existente em Jerusalém, que começa na liderança da nação. A nação estava em crise e esta crise se manifesta nos poderes: executivos (v. 3: os seus príncipes se transformaram em leões rugidores), legislativo e judiciário (v. 3: os seus juízes se transformaram em lobos famintos da corrupção. Mas um terceiro poder havia se maculado: o poder espiritual da nação (v. 4: os seus profetas são levianos, homens pérfidos, seus sacerdotes profanam o santuário e violam a lei).
Claramente, percebemos que os três ofícios que Deus confiou ao seu povo (reis, profetas e sacerdotes), haviam se corrompido.
Deus na sua infinita misericórdia dirige uma palavra de advertência, em forma de “ai”, que traduz uma expressão de dor e sofrimento, a essas pessoas. Meus amados, eu e você, não podemos perder a autoridade que Deus nos confiou. Devemos, ser submissos à voz e à vontade de Deus, que será indubitavelmente cumprida sobre nós como manifestação explícita da sua fidelidade.
Mas eu gostaria de destacar, quatro tipos de comportamentos vividos pela cidade de Jerusalém que deve ser evitado, em nosso meio, como povo de Deus. Não podemos cometer esses erros, contidos no v. 2:
1) NÃO ATENDEM A NINGUÉM.
Esse era o comportamento dos líderes e de todos os moradores de Jerusalém.
Não davam ouvidos à ninguém.
Não aceitavam opinião.
Estavam tão obcecados pela autonomia em si mesmos que um sentimento de orgulho tomou conta deles, e isso foi manifesto em atos de rebeldia.
Não ouviam a Deus, nem aos profetas, nem a ninguém que lhes dessem conselhos. (Provérbios 15.22 nos diz que: “onde não há conselhos, fracassam os projetos, mas com os muitos conselhos há bom êxito)
Ouça as vozes dos sábios. Ouça, meu amado a voz dos profetas que te alertam a respeito de sua conduta. Atenda a essa voz, atenda à voz de Deus).
2) NÃO ACEITAM A DISCIPLINA.
Se não ouvem a ninguém, tampouco aceitarão a disciplina. A disciplina que Deus, em diversas ocasiões usou para corrigir o seu povo foi dura, e severa, pois o povo havia extrapolado. O próprio versículo 7, nos apresenta que mesmo depois de serem tratados por Deus, eles ainda se corrompem de madrugada, ou seja, não se submetem ao tratamento de Deus. (Hebreus 12. 10 e 11 nos afirma que a disciplina de Deus serve para nosso aproveitamento e nossa santificação, e que mais tarde trará frutos pacíficos de Justiça.
Nem todos se submetem a disciplina de Deus. A rebeldia é ao meu ver, o pior de todos os pecados. Quando não se aceita o tratamento de Deus, a desgraça e a maldição está sobre o rebelde.
3) NÃO CONFIAM NO SENHOR.
Meus amados, tudo nos leva a crer que o povo de Jerusalém alcançou a pseudo autonomia. Isto é, não preciso de ninguém, não preciso de Deus, eu mesmo dirijo minha vida, com a ajudinha de alguns deuses estranhos (cap. 1 verso 4).
O povo nem se quer se lembrava mais do Senhor (cap. 1 verso 6). Excluíram o Senhor Todo Poderoso de suas vidas. Quando não confiamos em Deus é como se destrancássemos a porta de nossa alma ao fracasso e à perdição.
O senhor é nosso sustentador, nosso refúgio e fortaleza, nosso escudo, nosso baluarte. Não somos autônomos. Precisamos do Senhor, confiamos no Senhor.
4) NEM SE APROXIMAM DO SEU DEUS
O ápice da rebeldia, é a rejeição final à pessoa de Deus, sua intervenção, ou mesmo contato íntimo com ele. O sofrimento de Deus se traduz no auge da rejeição humana, em não querer qualquer proximidade de Deus.
Eles trocaram o Senhor por outras coisas, por falsos Deuses, pelo materialismo, pelas coisas passageiras desse mundo. O Senhor se sentiu rejeitado e desprezado, mesmo depois de tanto ter abençoado esse povo. (Tiago 4.8: “chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós outros...).
Mas quando não há interesse do homem em se aproximar de Deus? Somente o Espírito Santo é quem pode gerar no homem o desejo de se chegar a Deus.
O povo sofreu a fidelidade de Deus diante da infidelidade de Jerusalém. Deus foi fiel à sua própria Palavra, porque não se quebrantaram diante de Deus.
Meu amado, a chave da nossa vitória está em vivermos uma vida de submissão completa à vontade de Deus e esperar o cumprimento de suas promessas sobre nossas vidas. Seja diferente dos habitantes de Jerusalém. Seja ousado, aproxime-se de Deus e mude sua geração. Que Deus nos abençoe ricamente, em nome de Jesus. Reverendo Adeir Goulart da Cruz.