terça-feira, 24 de abril de 2012

Trocando o Cordeiro pelo Coelho (Êxodo 12.1-28)


     O título é sugestivo e proposital, porque essa é uma grande realidade. Uma época de intensa confusão a mente de crianças do mundo inteiro, e de grande descuido de muitos adultos: pais, mães, e infelizmente muitos cristãos. É a época em que milhares de pessoas no mundo inteiro substituem na Páscoa o Cordeiro pelo coelho.
     Essa estratégia de marketing desvia em todos as páscoas o verdadeiro sentido do sacrifício de Jesus na mente de milhares de cristãos. A páscoa e a centralidade do Cordeiro, foram instituídos por Deus, quando o povo de Deus saía da terra do Egito, após longos anos de escravidão.
     O ápice dessa transição se deu, de fato, no que poderíamos chamar de madrugada da mortandade, quando o anjo do Senhor feriu todos os primogênitos no Egito, causando óbito em toda a terra, até nos primogênitos dos animais. A partir daí os Israelitas seguem rumo ao deserto, em direção à terra prometida.
     Os primogênitos dos filhos de Deus foram poupados, porque nessa páscoa o sangue do cordeiro foi aspergido nos umbrais de cada porta, e isso serviu de sinal para que os filhos de Deus não sofressem a perda de seus mancebos.
     A páscoa significa, libertação, passagem do estado de escravidão para a liberdade, passagem da morte para a vida. Porém, eu questiono: o que tem a ver coelho de páscoa, ovos de chocolates, doces, etc. com a verdadeira páscoa cristã? Na maioria das literaturas explicativas encontramos simbologias que associam o coelho e o ovo à vida, fertilidade, preservação, etc.
     Mas não foi o coelho que Deus ordenou que fosse imolado e seu sangue salpicado nas portas, lá no Egito para a libertação do povo de Deus. O coelho foi introduzido pelos alemães há muitos séculos atrás, e mais tarde no concílio de Nicéia, em 325 d.C, foram introduzidos ovos que no princípio eram de galinha, decorados, pintados e enfeitados com pequenos desenhos de Jesus, Maria, Apóstolos, e mais tarde, esses ovos foram substituídos pelos franceses por ovos de chocolates.
     A Páscoa do povo de Deus não é nada disso, mas sim a reflexão da nossa libertação da escravidão, a passagem do estado de morte para a vida, é a celebração do Cordeiro de Deus, que no Novo Testamento é substituída pela Ceia do Senhor. A centralidade da Páscoa Cristã é o próprio Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É o derramamento do Seu sangue para que tenhamos vida. É a libertação da escravidão do pecado, pelo sangue de Jesus.
     Viva todos os dias a verdadeira páscoa com o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e não com o coelho dos pagãos.

Rev. Adeir Goulart da Cruz